terça-feira, 26 de junho de 2012

A hora da virada II

Voltei! Fiquei com preguiça de escrever, mas vi pessoas interessadas em saber da minha história que decidi voltar. Acho que meu exemplo pode ajudar as pessoas a não cairem em ciladas. Agradeço as visitas que tive e também ao Corey por ter me citado no blog dele.

Então nossa situação era a seguinte: lojas quebrando, muitas dívidas, saúde debilitada, um patrimônio enorme que na realidade era negativo. Além de tudo isso, a gente não tinha saco pra continuar tocando as lojas, aquilo tudo tinha perdido o encanto.

Decidimos por um ponto final naquilo. Um sábado a noite resolvemos colocar tudo no papel: dívidas pessoais, dívidas das lojas, etc. Passamos a madrugada inteira fazendo esse trabalho, a gente não tinha ideia do tamanho do problema. Concluímos que mesmo vendendo tudo o que a gente tinha, ainda nos faltaria mais cerca de 100 mil reais pra quitar tudo. Bolamos de maneira bem simplista um plano de ação: Decidimos fechar a loja que tinha o pior faturamento; estocar a melhor loja e tentar mante-la no azul até conseguir pagar tudo, a outra ficaria de lado, pelo menos pagando as despesas. Manteríamos o apartamento de São Paulo e venderíamos o do Guarujá, o carro foi trocado por outro usado quitado.


E assim foi: conseguimos vender a loja que fechamos, o comprador levou as instalações pra outro ponto, com esse dinheiro estocamos a loja melhor (a vista), a outra apenas mantinha as despesas em dia. Vendemos o apartamento do Guarujá, pegando no negócio uma kitnet num prédio degradado do centro de São Paulo, 5 mil reais e transferimos a dívida. Colocamos essa kitnet a venda, mas era dificil porque o estado de conservação não era dos melhores. Demitimos muitos funcionários e passamos a trabalhar dobrado na loja melhor, todo o dinheiro que ela rendia ia pra pagar dívidas. Precisamos fechar a outra loja, que já não estava nem pagando suas despesas. Mais uma vez vendemos as instalações por uma merreca. 


Com apenas uma loja, fomos conseguindo dinheiro e pagando as contas que ainda restavam, nosso ramo passou a ficar cada vez menos lucrativo e mesmo com um bom faturamento, não viamos perspectivas de melhora, além disso a gente já não tinha mais tesão por trabalhar. Decidimos vender a loja enquanto ainda era tempo, descansar e ver o que fazer da vida depois. A gente não encontrava ninguém disposto a comprar a loja, o faturamento começou a cair, então pra não ter um prejuizo ainda maior, praticamente demos a loja de presente pra 2 funcionários.


Quando vendemos a última loja, a gente tinha um carro popular de 15 anos, 5 mil reais em dinheiro, mais de 20 anos do financiamento do nosso apartamento de São Paulo (que não conseguimos vender) e as despesas com condomínio e luz da kitnet (que ninguém queria comprar).

Na próxima falarei como foi nosso período de descanso.

10 comentários:

  1. Acredito que foi difícil tomar a decisão de se desfazer das lojas, apartamento e o carro , mas acredito também, que as coisas irão melhorar nos posts seguintes, pois tomaram a decisão correta!

    Abços

    ITM

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    1. Oi ITM. Sim, não foi fácil, mas ao mesmo tempo deu uma ótima sensação e nunca mais quero ter empresa novamente! Sim, as coisas melhoraram bastante.

      Felix

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  2. Bastante interessante a história! Além de mostrar o problema financeiro/compartamento também mostra os desafios que sofre pessoas que optam pelo empreendedorismo.

    Sigo acompanhando. Abraços.

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    1. Oi ADM. Sim, eu quero chamar atenção e dizer que o empreendedorismo é bom, mas é cheio de ciladas, tem que tomar muito cuidado senão o tombo é grande.

      Felix

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  3. E melhor voce ter um patrimonio menor mas podendo administrar, do que ter muitas loja e correr o risco de perder o controle da situação. Vou acompanhar a saga de vocês.
    Boa sorte.
    Um abração!
    Lord.

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    1. Oi Lord. Obrigado por acompanhar, tem razão é melhor ter pouco bem administrado.

      Felix

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  4. Oi Felix. Cheguei até vc pelo blog do Corey, achei sua história bem interessante, fico curiosa pra saber o resto. Bjus. Sônia

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    1. Oi Sônia. Obrigado, acompanhe que vou contar o resto.

      Felix

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  5. Olá Felix!

    Que bom que voltou, já estava curioso! Já estive numa situação semelhante, tive sorte por não ter dívidas atrasadas nem protestos, mas trabalhei muito pra quitar financiamentos da empresa, apto e carros. Pelo jeito a vida de vcs melhorou bastante depois da venda da loja, né?

    Aguardo a continuação!

    Corey

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    1. Oi Corey. Sorte sua, vc não imagina como é ruim receber ligações de cobrança e cartinhas do serasa.

      Felix

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