domingo, 27 de maio de 2012

Vida profissional III


5 anos depois de comprar nossa primeira lojinha, estávamos com 4. O faturamento estava bom, estabilizado na primeira e crescente nas demais. Pagávamos os empréstimos sem problemas. Nosso ritmo de trabalho só aumentava, nunca deixamos de trabalhar 14 horas por dia, mas correndo de um lado pro outro já que as lojas eram em regiões diferentes. Nossas tarefas eram bem divididas, o Sávio chegou a fazer um cursinho de adm que ajudou bastante.


O apartamento ficou pronto, mobilhamos, adivinha como? Claro, com cartão de crédito já que a gente nunca tinha dinheiro na mão. Mudamos.  Nessa época saíamos muito de noite, sempre curtimos baladas, várias vezes a gente saia da balada e ia direto pras lojas, as vezes bêbados. O ritmo de trabalho cansava muito e nos trazia muita limitação, nunca conseguimos fazer uma viagem de mais de 3 dias, não podia nem pegar uma gripe e ficar de molho em casa! Todos nos elogiavam, afinal trabalhar muito é status na sociedade, pessoas importantes estão sempre trabalhando, em reuniões e correndo.  A gente também acreditava nisso!


Conseguimos parar de trabalhar aos finais de semana, nos organizamos de tal maneira a deixar um pouco o operacional das lojas nas mãos dos funcionários. Acreditamos que ter um bom software de gerenciamento e circuito interno de câmeras seriam suficientes pra garantir o gerenciamento do negócio.  Então passamos a ficar os finais de semana em casa, mas não sabíamos o que fazer, já que nossa rotina sempre foi trabalhar. Decidimos comprar um apartamento na praia pra ter onde ir. E assim foi, compramos um apartamento no Guarujá dando meu carro como entrada (tive que quita-lo as pressas fazendo um empréstimo na pessoa física) e financiando o resto.


O faturamento começou a cair, mas as prestações continuavam. O cheque especial já não era o bastante, fomos obrigados a dar um passo atrás e nos desfazemos da primeira lojinha. Conseguimos estabilizar as outras 3. O faturamento delas variava bastante mas sempre dava pra fechar o mês no azul (quer dizer, devendo menos de R$20 mil no cheque especial).


Foi nessa época que sofri o sequestro e tudo mudou, mas isso vou falar na próxima postagem.

6 comentários:

  1. caraca... vc´s estavam vivendo na loucura e não conseguiam nem parar p pensar no que estavam fazendo!
    aguardo a proxima parte :)
    bjs aos dois

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    1. Oi Ostra.Foi isso mesmo, a gente não se dava conta do que estava acontecendo pq pra gente e pra todos em volta aquilo era muito saudável, trabalhar e gastar é visto como algo normal.

      Felix

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  2. Felix, quanto informação hein...rsrsrs

    Que virada em um periodo tão curto, to aguardo da sequencia

    Abraço

    E.T.

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    1. Oi ET. Não foi tão curto assim, a reviravolta toda demorou uns 3 anos. Obrigado pela visita.

      Felix

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  3. Bom dia Felix!

    Cara, que doideira! Minha história é parecida. Qd eu comprei a primeira empresa, tb não tinha dinheiro pra mante-la e precisei de empréstimos e compras a prazo. Minha sorte é que não cai em tentação de comprar outras lojas, mas mesmo assim foram cerca de 5 longos anos patinando.

    Boa semana pra vcs!

    Corey

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    1. Oi Corey. Vc deu sorte, se tivesse caido nessa de comprar outra loja teria sido bem mais dificil pra sair. O povo pensa que ser empresario é a coisa mais fascinante, mas não é bem assim.

      Felix

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