sexta-feira, 25 de maio de 2012

Vida profissional


Eu e Sávio trabalhamos durante 3 anos numa pequena rede de lojas de comércio, algo bem comum mesmo. Aprendemos muito nesse tempo, aprendemos a parte operacional e eu aprendi um pouco da parte burocrática do negócio pois cheguei a ser gerente, o Sávio recusou esse convite, preferiu ficar no operacional.
O sonho de todos os peões daquela empresa era ter uma lojinha daquele ramo. Na época era algo bem rentável, ouvíamos histórias de colegas que estavam se dando bem como donos. Haviam oportunidades de compra dessas lojas aos montes, e como a gente estava trabalhando no ramo, os negócios apareciam aos montes. 


Nosso salário era bom, cerca de R$2 mil no começo dos anos 2000. Eu tinha um carro popular com 3 anos de uso e o Sávio também, mas o dele era um pouco mais velho. Também tínhamos um dinheirinho na poupança.  Não precisávamos ajudar em casa, mas gastávamos muito dinheiro com noitadas.


Um dia eu peguei um jornal de anúncios e me deparei com um anúncio de uma lojinha. Não era tão pequena, até que tinha um bom faturamento e claro, o preço era alto. Fomos visitar, adoramos o ponto, as instalações e vimos uma excelente oportunidade de começar nosso próprio negócio. Vendemos os carros, raspamos nossas poupanças, pegamos dinheiro emprestado de familiares, assumimos 36 parcelas com o antigo proprietário e encaramos o desafio mesmo sendo algo bem acima da nossa capacidade.


Vou detalhar em outro post, mas pra resumir não tínhamos capital de giro, o que nos obrigou a pegar empréstimos. O negócio cresceu, mesmo usando capital de terceiros, conseguíamos expandir e nos manter. Outras oportunidades de comprar lojinhas apareceram, chegamos a ter 4 lojas. Todas compradas com empréstimos, parcelas, promissórias, rolos, etc.


Sofri um sequestro relâmpago, levei um tiro, fiquei hospitalizado. O Sávio quase ficou louco cuidando das empresas e de mim. Sobrevivi sem sequelas além de 8kg a mais por ter ficado um longo tempo sem malhar.
Paramos pra analisar e nos demos conta que a vida é muito frágil, que nosso patrimônio de quase 3 milhões de reais não era nosso já que estava tudo financiado. Decidimos simplificar a vida, vendemos tudo, acertamos nossos empréstimos e recomeçamos com o pouco que sobrou.

10 comentários:

  1. Wow, que virada na vida

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    1. Oi Renato. Foi uma bela virada mesmo, acompanhe.

      Felix

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  2. Conheço essa história... Será que somos do mesmo ramo? Comigo aconteceu mais ou menos isso tb, os colegas sonhavam em ter suas proprias lojas. Eu não tinha esse sonho, mas colocaram na minha cabeça...

    Alavancagem dá certo, mas alavancagem excessiva é tiro no pé, na certa. É muito fácil perder o controle sobre a situação.

    Sabia que havia uma virada nessa história! Cara, sofres uma violência dessa as vezes é necessário pra ficha cair.

    Aguardo cenas do próximo capitulo.

    Abraço!

    Corey

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    1. Oi Corey. Será? Sempre acontece das pessoas terem vontade de ser patrão, principalmente quando trabalham em algum ramo que isso é possível.

      Nem me fale em tiro no pé... Meu pé doi até hj.

      Felix

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  3. Putz, que história! Você tem muita coisa pra contar nesse blog. Já estou te seguindo!

    Abcs e sucesso

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    1. Oi Finanças Inteligentes. Obrigado pela visita. Seu blog é muito bom, seus resumos do dia são ótimos e imparciais.

      Felix

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  4. Que história hein?

    Me interessei pelo seu blog e já o adicionei na minha lista de blogs.

    Abraço!

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  5. Felix,

    o momento de 'mudança de vida' de vc´s foi muito semelhante ao meu, com exceção do tiro, q não me atingiu

    Isso realmente é um choque p qq um, inclusive as vezes penso q passei por isso justamente pq 'a vida' queria me dar um sinal de q eu estava no caminho errado.

    beijão

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    1. Oi Ostra. Até que dei sorte, o tiro pegou no pé, tive que fazer algumas cirurgias mas tirando umas dorezinhas não tive sequelas graves. Eu tenho certeza que passei por isso pra acordar pra vida.

      Felix

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