Eu e Sávio trabalhamos durante 3 anos numa pequena rede de
lojas de comércio, algo bem comum mesmo. Aprendemos muito nesse tempo,
aprendemos a parte operacional e eu aprendi um pouco da parte burocrática do
negócio pois cheguei a ser gerente, o Sávio recusou esse convite, preferiu
ficar no operacional.
O sonho de todos os peões daquela empresa era ter uma
lojinha daquele ramo. Na época era algo bem rentável, ouvíamos histórias de
colegas que estavam se dando bem como donos. Haviam oportunidades de compra
dessas lojas aos montes, e como a gente estava trabalhando no ramo, os negócios
apareciam aos montes.
Nosso salário era bom, cerca de R$2 mil no começo dos
anos 2000. Eu tinha um carro popular com 3 anos de uso e o Sávio também, mas o
dele era um pouco mais velho. Também tínhamos um dinheirinho na poupança. Não precisávamos ajudar em casa, mas gastávamos
muito dinheiro com noitadas.
Um dia eu peguei um jornal de anúncios e me deparei com um
anúncio de uma lojinha. Não era tão pequena, até que tinha um bom faturamento e
claro, o preço era alto. Fomos visitar, adoramos o ponto, as instalações e
vimos uma excelente oportunidade de começar nosso próprio negócio. Vendemos os
carros, raspamos nossas poupanças, pegamos dinheiro emprestado de familiares,
assumimos 36 parcelas com o antigo proprietário e encaramos o desafio mesmo
sendo algo bem acima da nossa capacidade.
Vou detalhar em outro post, mas pra resumir não tínhamos capital
de giro, o que nos obrigou a pegar empréstimos. O negócio cresceu, mesmo usando
capital de terceiros, conseguíamos expandir e nos manter. Outras oportunidades de
comprar lojinhas apareceram, chegamos a ter 4 lojas. Todas compradas com
empréstimos, parcelas, promissórias, rolos, etc.
Sofri um sequestro relâmpago, levei um tiro, fiquei
hospitalizado. O Sávio quase ficou louco cuidando das empresas e de mim.
Sobrevivi sem sequelas além de 8kg a mais por ter ficado um longo tempo sem
malhar.
Paramos pra analisar e nos demos conta que a vida é muito
frágil, que nosso patrimônio de quase 3 milhões de reais não era nosso já que
estava tudo financiado. Decidimos simplificar a vida, vendemos tudo, acertamos
nossos empréstimos e recomeçamos com o pouco que sobrou.
Wow, que virada na vida
ResponderExcluirOi Renato. Foi uma bela virada mesmo, acompanhe.
ExcluirFelix
Conheço essa história... Será que somos do mesmo ramo? Comigo aconteceu mais ou menos isso tb, os colegas sonhavam em ter suas proprias lojas. Eu não tinha esse sonho, mas colocaram na minha cabeça...
ResponderExcluirAlavancagem dá certo, mas alavancagem excessiva é tiro no pé, na certa. É muito fácil perder o controle sobre a situação.
Sabia que havia uma virada nessa história! Cara, sofres uma violência dessa as vezes é necessário pra ficha cair.
Aguardo cenas do próximo capitulo.
Abraço!
Corey
Oi Corey. Será? Sempre acontece das pessoas terem vontade de ser patrão, principalmente quando trabalham em algum ramo que isso é possível.
ExcluirNem me fale em tiro no pé... Meu pé doi até hj.
Felix
Putz, que história! Você tem muita coisa pra contar nesse blog. Já estou te seguindo!
ResponderExcluirAbcs e sucesso
Oi Finanças Inteligentes. Obrigado pela visita. Seu blog é muito bom, seus resumos do dia são ótimos e imparciais.
ExcluirFelix
Que história hein?
ResponderExcluirMe interessei pelo seu blog e já o adicionei na minha lista de blogs.
Abraço!
Oi. Tb vou add o seu. Obrigado.
ExcluirFelix
Felix,
ResponderExcluiro momento de 'mudança de vida' de vc´s foi muito semelhante ao meu, com exceção do tiro, q não me atingiu
Isso realmente é um choque p qq um, inclusive as vezes penso q passei por isso justamente pq 'a vida' queria me dar um sinal de q eu estava no caminho errado.
beijão
Oi Ostra. Até que dei sorte, o tiro pegou no pé, tive que fazer algumas cirurgias mas tirando umas dorezinhas não tive sequelas graves. Eu tenho certeza que passei por isso pra acordar pra vida.
ExcluirFelix